Você sente paz? A gente conta como ela é!

Ela veio em minha direção. Em meio à multidão, ela me encontrou.

Trazia um sorriso claro, tranquilo, desses que a gente quer continuar encarando.

Vinha com passos firmes, mas sem afobação ou ansiedade.

Aliás, sua respiração era silenciosa, lenta e ampla como uma gaita de fole que se enche de ar.

Não trazia nada nas mãos porque é despojada de materialidade. Trazia o recado astral, desse tipo de mensagem que não se encontra no mundo material.

Sua face é desafiadora para descrever, porque é mais fácil sentir o seu semblante repousando sobre o meu. Traz ternura, candura, doçura e todas essas virtudes escassas no mundo de quem pouco se detém na face do outro.

Sua voz era suave, quase um cochicho. Em meio a buzinas, sons dos escapamentos e barulhos das ruas, foi desafiador perceber sua voz, mas ela vem no silêncio que se faz no intervalo entre os ecos criados pela nossa barulhenta mente.

Que possamos sempre notá-la. Afinal, a paz vem do nosso interior e se mantém conosco conforme ampliamos a sua morada no coração.

Texto: Ana Carvalho

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