por Rodrigo Novak – Colunista
Olá pessoal, como vocês estão? Por aqui seguimos em quarentena, confesso para vocês que já me perdi nas contas, mas sei que estou há mais de 90 dias em isolamento. A prática não é total, pois vou ao mercado, vejo meu namorado e eventualmente lido com algumas coisas que sempre posterguei.
“Mesmo com pequenas interações, eu associo o meu processo de isolamento com um recolhimento. Um silêncio que vai além da voz, e vem aquietando o meu corpo também.”
Rodrigo Novak
Confesso para vocês que tenho medo desse vazio. Tenho medo desse não preenchimento. Pois sem determinados artifícios sou direcionado a olhar para mim, e é nesse momento que surgem as “coisas” que precisam ser resolvidas.
Essas coisas, na verdade, são fragmentos nossos que precisam ser higienizados para se juntarem novamente ao todo. É o nosso processo de individuação.
Parte das vezes tem dor antes da cura
Parece fácil, mas não é. Tem coisas que nos assustam tanto que preferimos nos acostumar com o sofrimento. Tem algo mais humano do que ter medo de sentir?
Venho pensado se não é por isso também, pelos nossos medos, que topamos em viver uma vida tão louca que nos machuca diariamente, de forma física e emocional, mas que não nos dá oportunidade para pausas.
Quando há vazio a gente os preenche rapidamente, no melhor estilo fast food. Mas preencher não cura, é apenas postergar. E aí vem a quarentena e te esvazia de trânsito, reuniões, restaurantes, bebidas, bares. É você de cara lavada, em silêncio…
Dois tipos de silêncio habitam em nós
Esses dias aprendi que existem dois tipos de silêncio: produtivo e estéril.
O produtivo trata de um espaço de assimilação e tem caráter integrativo. O estéril é designado para a evitação do confronto, distanciamento do contato.
Eu entendo que eles não são opostos, são lados diferentes da mesma moeda. Ambos irão aparecer em seu processo, e está tudo bem. Só temos que cuidar para não ficarmos apenas em um dos lados, minha sugestão é que exercitemos intercalá-los.
Vamos viver essa época de recolhimento, porque após o inverno sempre vem a primavera. E a prima Vera com certeza é mais tagarela.
Sobre Rodrigo Novak
Rodrigo Novak é comunicólogo, estudante de Florais de Bach e futuro psicólogo.
Residente de Curitiba (PR), gosta de encontros demorados e acredita no poder da qualidade em relação à quantidade.
Qual tema de vida te aflige? Mande um hello para o colunista no email orodrigonovak@gmail.com