adultos e a incapacidade de lidar com as necessidades não atendidas de sua criança interior

Atrás de uma incapacidade pode estar uma criança ferida

por Rodrigo Novak – Colunista

Uma das minhas metas para 2020 é de fato começar a academia. Meta que vem desde 2019, e consecutivamente, eu posterguei. Não me orgulho disso, principalmente porque venho pagando desde o ano passado sem ir. Primeiro prejuízo identificado, monetário.

Mas esse ano seria diferente, me enchi de coragem e estava pronto para iniciar. Ai um dia não deu, no outro também e de repente havia passado uma semana. Segundo prejuízo identificado, perda de tempo. Seguido pelo terceiro, incapacidade de realização.

Não é normal conviver com prejuízos por tanto tempo

Foi quando comecei a perceber que essa situação não estava normal em minha vida. Ao pensar sobre o que estava ocorrendo cheguei na energia como um denominador comum para dinheiro, tempo e realização.

Mas se eu havia proposto me exercitar, visando todos os benefícios que a prática oferece, por que eu não tinha energia para colocar em prática?

Meio impaciente coloquei a roupa de ginástica, forcei ao máximo não pensar a respeito e me dirigi à academia.

Eu suava frio, minha criança interior esperneava e me percebi ofegante. Foi aí que me deu um clique, eu estava com medo em ir. Veio em minha mente uma situação recorrente na minha infância.

Quando eu era criança minhas habilidades nos esportes eram pouco desenvolvidas. Isso fazia com que eu sempre fosse o último a ser escolhido para os times. Eu era literalmente o que sobrava. O que me gerava sentimentos de rejeição e humilhação. E agora eu me via morrendo de medo de passar por esses sentimentos novamente.

Criança interior com crença de desamparo

Esses sentimentos enraizados em mim eram/são tratados como verdades absolutas, personificando uma crença de desamparo. Inevitável ser assombrado por pensamentos como “não sou bom o suficiente” e “sou um perdedor”

Não são medos do Rodrigo adulto, são sentimentos do Rodrigo criança. Quando entendi isso, tive a conversa mais carinhosa possível com o Rodriguinho.

“Olha, eu sei que você está com medo, mas a gente vai enfrentar isso juntos. Irei lhe proteger. Você será o primeiro escolhido para o meu time e tentaremos nos divertir. Ok?”

E lá fomos nós, inseguros, mas com a garantia de que eu não deixaria que nos machucassem. Continuamos indo, entramos em nosso terceiro mês já e o medo está cada vez menos presente.

Conscientização do processo de construção de crenças

Contei essa história para reforçar a necessidade da gente identificar o que acontece conosco e entendermos que todas as nossas vivências deixam marcas em nossos corpos (sutil e concreto).

Quanto mais nos conscientizarmos sobre o que acontece com a gente, mais força teremos em ressignificar experiências desagradáveis. Caso fechemos os olhos para isso, ficaremos reféns do nosso passado.

Para ajudar a entendermos o processo da criação de crenças baseadas em sentimentos tão difíceis, eu criei o seguinte esquema para nos ajudar a clarear os momentos de escuridão.

Boa reflexão e qualquer coisa estamos por aqui. See you later!



Sobre Rodrigo Novak

Rodrigo Novak é comunicólogo, estudante de Florais de Bach e futuro psicólogo.

Residente de Curitiba (PR), gosta de encontros demorados e acredita no poder da qualidade em relação à quantidade.

Qual tema de vida te aflige? Mande um hello para o colunista no email orodrigonovak@gmail.com

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