por Rodrigo Novak – Colunista
E ai, pessoal, como vocês estão? Espero do fundo do coração que estejam bem e se cuidando na medida do possível 🙂
Por aqui seguimos em quarentena, ou melhor isolamento, e acredito que é meio inevitável começarmos a nos olhar de forma mais criteriosa.
Sabe aquela desconfiança que você jogava para o colega de trabalho, ou o desaforo gritado no trânsito, ou o xingamento silencioso proferido para o chefe? Agora, sem esses atores, para onde vai a sua catarse?
Confesso que atualmente o meu desabafo é dirigido para mim (70%), parte para os que estão próximos (20%) e termina com uma cota para as redes sociais (10%).
Mas de uns tempos para cá comecei a ficar mais sensível para a parte que eu concentrava a mim. Por que tão exigente? Por que tão rígido? Por que tão pouco amável?
Dentre as várias possibilidades de análise, quero me concentrar em uma.
“Eu fui criado por um sistema rígido e sem perceber continuo a perpetuar essa rigidez no meu próprio trato.” Rodrigo Novak
Às vezes ações nos criam cicatrizes tão profundas que, mesmo sabendo que não são benéficas, a gente acaba repetindo mesmo sem perceber.
Ao me dar conta disso, entendi que toda essa exigência me faz também ser uma pessoa ansiosa. E é duríssimo se perceber assim sozinho…
Comecei a perceber que a minha mente não acalma para dormir. Em minhas projeções de futuro poucas vezes imagino um cenário próspero. Enumerei a quantidade de projetos, estudos, leituras iniciados e não acabados. Além do convívio com pessoas que me deixam “pilhado”.
Foi assustador…
Uma vez li que a ansiedade vem da mesma semente que a depressão. Respectivamente, uma é excesso de futuro e a outra passado em demasia.
Aí me caiu a ficha, eu sofro de futuros…
Esclarecer cenários nos empodera!
Quando tive isso claro para mim, um pouco depois do susto, começou a aparecer algo próximo à esperança. Isso porque acolher nosso lado machucado faz parte da nossa individuação como humanos.
Ainda não sei o que fazer com o que descobri sobre mim. Mas, automaticamente, percebo que tenho me tratado diferente desde então. E esse novo modo tem me feito bem 🙂
E você, o que descobriu sobre si nessa quarentena?
Sobre Rodrigo Novak
Rodrigo Novak é comunicólogo, estudante de Florais de Bach e futuro psicólogo.
Residente de Curitiba (PR), gosta de encontros demorados e acredita no poder da qualidade em relação à quantidade.
Qual tema de vida te aflige? Mande um hello para o colunista no email orodrigonovak@gmail.com