O ser humano visto em partes, com cabeça, tronco e membros, não satisfaz mais as pessoas. E sabe por quê? Estamos cada vez mais conscientes de que somos seres integrais e por esse motivo operam juntos físico, mente e emoções.
Um interage com o outro e são interdependentes. Uma dor no estômago, muitas vezes, pode ter sido causada por algo que comemos de forma exagerada, mas, muitas vezes, as emoções negativas, como a raiva e o ressentimento, podem dar aquela agulhada na boca do estômago.
Por isso, há cerca de dez anos, termos como terapias integrativas, cuidados integrativos ou medicina integrativa têm sido utilizados para descrever uma nova aliança que combina terapias chamadas complementares ou alternativas (hoje integrativas) com a medicina convencional.
SUS já oferece desde 2017 práticas integrativas e complementares
Já passamos do tempo de debater qual é melhor do que a outra ou qual prevalece. Ambas se somam e trabalham juntas. Na Universidade Meiji de Medicina Integrativa, no Japão, já existem diversos estudos que atestam os benefícios da união entre medicina oriental e ocidental, da prática baseada em evidências e dos séculos de experiência clínica.
No Brasil, as evidências sobre os benefícios das terapias integrativas para o restabelecimento da saúde física, mental e emocional já foram incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2017, 29 Práticas Integrativas e Complementares (PICS) estão à disposição da população.
São elas: ayurveda, homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa (MTC), medicina antroposófica, plantas medicinais/fitoterapia, arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, termalismo social/crenoterapia e yoga.
As terapias estão presentes em 9.350 estabelecimentos em 3.173 municípios. Em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos individuais em práticas integrativas e complementares. Somando as atividades coletivas, a estimativa é que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS.
Benefícios das terapias integrativas
De acordo com o Ministério da Saúde, evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares.
Além disso, há crescente número de profissionais capacitados e habilitados e maior valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas. Já foram capacitados mais de 30 mil profissionais para atendimento pelo SUS.
Enquanto nesse século as doenças mentais e emocionais vão se avolumando, as evidências demonstram que apenas a medicina convencional não dá conta de trazer ao equilíbrio as pessoas. É preciso mais.
É aí que entram as terapias complementares ou terapias integrativas. Enquanto a primeira serviria para se somar à medicina convencional, a segunda traz a proposta de que o ser humano seja visto como um todo – físico, emocional, mental, emocional – e leve em consideração também seu contexto de vida, sua genética, seus antepassados e seu momento atual.
Doenças como somatização das emoções vividas
Tudo isso forma a terapia integrativa e é preciso admitir que hoje um ressentimento muito forte do passado é causa principal de manifestação de somatização sob forma de doenças como câncer, úlcera e outras. Assim como muitos tipos de câncer de mama aparecem depois de uma tristeza muito profunda.
E o que dizer da depressão e da ansiedade: ambas têm relação, entre outras causas, com o passado que não ficou para trás e a ocupação da mente com o futuro que não chegou ainda. Dessa forma, independente da denominação, as terapias integrativas são cada vez mais necessárias para fazer uma verdadeira faxina interior, eliminando hábitos que já não fazem mais sentido e nos ajuda a seguir em frente com mais alegria, disposição e energia. Afinal, ao contrário de máquinas, os seres humanos precisam recarregar sua bateria por meio das terapias integrativas. Elas estão aí a serviço do bem. Use-as sem moderação!