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Reproduzo aqui um trecho de autoria de Joan Garriga Bacardí, do livro Viver na Alma, em que o autor alerta sobre o emaranhamento entre pensamento e mente guiando nossa vida.
Joan Garriga Bacardí, que vem a Curitiba em novembro para ministrar curso sobre relacionamentos, é formado em PNL, ensina treinamento de constelação familiar e apresentou Bert Hellinger – criador das Constelações Familiares – na Espanha.
Leia e reflita sobre as mudanças que você pode fazer nessa dinâmica mente-pensamento-ações
“O pensamento é como um inesgotável carrossel que se alimenta de sua própria inércia infinita. Cria mundos e derrama contínuos caleidoscópios de formas, sem objetivo ou função (ao menos que saibamos).
Em alguns momentos, a mente parece domesticada e razoável, em outros, porém, é absolutamente criativa e imprevisível, ruidosa, florida, barroca, e repleta de todas as vozes, rostos e tempos.
Embora, em certo nível, nos sintamos donos de nossa mente, na realidade não a governamos. Se olharmos o que ela fabrica em uma jornada, veremos que não somos livres para pensar o que bem entendemos. Os pensamentos em nossa corrente mental fluem sem que tenhamos qualquer controle.
Às vezes conseguimos focar algum assunto e nos orientar sobre algo. Então, por um momento, estamos centrados e cremos conduzir a nave.
Se analisarmos o conteúdo desta suposta gravação, estou certo de que descobriríamos que ao menos 50% das produções pensantes são meros ruídos, sem norte ou direção, que intoxica nossa necessidade de silêncio interior ao mesmo tempo em que nos protege dele, pois nós também o tememos.
Sentimos medo de nosso nada interior e, estranhamente, da felicidade que emana dele quando cremos em sua atmosfera.
Dos 50% restantes, pelo menos 30% dos pensamentos são formados de matéria mental especializada em argumentar com a realidade, o que resulta em angústia e em sentimentos que tensionam o corpo.
Seu objetivo é ter razão e demonstrar que as coisas deveriam ser de modo distinto do que são. É pensamento que se afasta do que é para obstinar-se no que deveria ser.
Diálogos queixosos, fracassados ou vitimistas
Esses 30% são regidos por nossa pequena identidade, nosso eu, e fertiliza-se com seus anseios e angústias, suas esperanças e consequentes desesperanças.
Seu diálogo interior é do tipo queixoso (“não me vejo com afeto suficiente”), ou dogmático (“não deveria sorrir”), ou fracassado (“eu disse que não funcionaria”), ou vítima (“se não tivessem me demitido, tudo seria diferente), ou exigência (“se me amas, coloque-me acima de tudo”), ou vingança (“saberão que doi”), ou perfeccionista (“não deveria ter tosse, ou estar doente, ou ter os pais que tenho”).
Esses 30% negam, questionam, exigem, debatem, lutam contra a realidade, contra as coisas como são, e sempre perdem feio (geralmente adoecendo.
E os 20% de pensamentos restantes? Esses seriam os pensamentos úteis e funcionais, que estão a serviço da ação, que nos levam a fazer algo real e nos fazem sentir, a nós e aos demais.
Os pensamentos úteis estão a serviço da Vida. Fecundam-na, protegem-na, melhoram-na quando possível. Não perdem tempo com tormentos inúteis. Fornecem água real aos camelos reais para atravessar caminhos reais que nos levam a oásis reais.
Apenas 20% dos nossos pensamentos são positivos e úteis
Acreditem! As boas idéias acariciam a realidade, adornam os passos de nossos propósitos, nos conduzem em direção ao bem e respeitam os propósitos dos demais. 20% dos nossos pensamentos são considerados positivos.
Para o pensamento útil, não há pessoas nem fatos sem importância. É ecológico, protege a harmonia com as proporções das relações humanas e nos faz responsáveis, procurando a dignidade, a convivência e o bem-estar para todos. O pensamento útil vem de um coração cálido e aponta para o bem-estar da Vida.
Temos, portanto, 20% de pensamentos que poderíamos considerar “positivos”. Ainda assim, o pensamento mais belo é aquele que começa sem dar sinal e se senta na porta do ser a esperar, porque já o intui e anseia.
Quando podemos gozar de pequenos silêncios em nossa incansável onda de pensamentos, podemos apreciar o aroma do absoluto.
Formação em Curitiba
O pesquisador e escritor Joan Garriga, representado no Brasil por Claudia Vassão, estará em Curitiba de 8 a 10 de novembro. Ele vem ministrar curso de aperfeiçoamento na terapia sistêmica para casais, com emissão de certificado pelo Instituto de Gestalt de Barcelona.
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