Por Liza Fiorese
Depois de quase 15 dias com o planeta desacelerado, desligamos o piloto automático, a rotina de trabalho, casa e filhos no modo férias, só que com outro propósito.
Dias nunca vividos antes, um pedido de apelo do planeta chegou com nome e sobrenome, e nos rendemos com a mensagem “fique em casa”.
Aos poucos as ruas foram ficando vazias, o comércio com as portas fechadas e o silêncio foi tomando conta das nossas cidades, dos estados, país e do planeta.
Muitas mensagens chegaram, algumas provocando pânico e outras de caráter informativo. Tirinhas também foram bem-vindas e seguimos tentando fugir da repetição de notícias negativas.
Um novo tempo para mudar nosso jeito de olhar para as coisas
Estamos vivendo um novo tempo, onde o velho tempo nos mostrou que precisamos reorganizar nossa ética, mudar o jeito de olhar para as coisas. Estamos acordando na dor e no sofrimento, lidando com medo, pavor, entre outras emoções que tiram a gente de centro.
Mas podemos ter grandes aprendizados, assim como temos também uma grande parcela de pessoas que estão vibrando na luz e no amor.
Estamos voltando para casa, estamos olhando para nosso interior. Na visão sistêmica, não se buscam culpados, vamos buscar o contexto que nos trouxe a esta pandemia.
O que foi que nós fizemos que precisamos chegar no caos para aprender e evoluir?
Como você se sente? Já descobriu que por muito tempo não brincava com seu filho(a)? Conseguiu observar que seu casamento é melhor ou pior do que imaginava ou percebia?
Ou ainda, está fazendo uma força tremenda para não ficar com seu celular assistindo live, stories ou postagens da personal, da atriz de novela falando sobre os cuidados com seu cabelo, do médico sobre como está a situação nos hospitais e da falta de leitos e de máscaras, da nutricionista dizendo que se neste momento não comer os pontos corretos irá ficar fora de forma, sem falar sobre as milhares de terapias integrativas que você segue e cada uma tem algo novo para te ensinar e aplicar.
A muleta chamada falta de tempo
Também deve perceber ou já deve ter concluído que, se você não tinha tempo de assistir filmes de romance, comédia entre outros, agora tempo é o que não falta. Porém, mesmo assim você não assiste, porque na verdade você nunca gostou de assistir filmes.
Ou mesmo agora, tendo tempo disponível para fazer um exercício físico, ler aquele livro que ganhou de alguém no Natal, interagir com seus filhos, sejam crianças ou adolescentes, organizar sua dispensa ou prateleira de roupas, ou ainda mexer com a limpeza do seu jardim, ou cozinhar e realizar as demais atividades relacionadas com seu lar doce lar. Mesmo assim você também não o faz, porque na verdade nunca esteve dentro de você este desejo e você nunca gostou, e nós por muitas vezes nos colocamos como desculpa a FALTA DE TEMPO.
Mudanças já
Então, hoje é possível que já tenhamos algumas ideias diferentes e percepções de nós mesmos. Depois que isso tudo passar, porque vai passar, deixo uma pergunta para refletir, O QUE É QUE EU PRECISO MUDAR A PARTIR DE AGORA?
No momento, um de nossos maiores desafios é a convivência diária com a família ou, para aqueles que vivem sozinhos com a própria solidão, saber lidar com nossos medos. Relações amorosas sendo avaliadas, casais com filhos ou sem estão se descobrindo, crises de ansiedade sendo desencadeadas devido ao medo.
Percebe-se que na verdade os problemas dos relacionamentos já existiam antes da quarentena e do coronavírus. Este momento só esta trazendo à tona o que supostamente não queria ser visto anteriormente.
Acenda sua lanterna interior
O mesmo acontece quando nos queixamos que o outro nos irrita, mas esta irritação já estava dentro de nós. Costumo usar a metáfora da lanterna. Imagine alguém apontando uma lanterna para você, ela vai acender e iluminar o que você tem no seu interior e nada além disso.
Ao olhar os defeitos de seu esposo (a), filhos, pais, é necessário também verificar os nossos. Podemos também pensar o que aconteceria se esta pessoa não estivesse mais comigo?
Então, escolhemos, podemos enfrentar este momento como crise ou uma oportunidade. Tudo o que está acontecendo é para que a gente mude e desenvolva nosso melhor.
Há um tempo uma pessoa sábia me disse que é necessário ter 20 minutos na semana para fazermos o polimento das alianças. O casal deve ter um tempo para que sejam colocadas algumas questões que achem ser necessárias para que a relação siga de forma tranquila.
Em dias como os que estamos vivendo, penso que seja de extrema importância estar com nossas alianças polidas, nos nutrindo de respeito e empatia. Relações familiares precisam de amor, contato e diálogo.
Medo, eu vejo você
E quanto aos nossos medos? Medo da morte, da perda, das finanças. Se eu morrer agora? E se esse fosse o seu momento, o que você faria? Como seria para você saber que vai embora deste planeta?
Deixo aqui uma reflexão! Você aproveita as pessoas quem ama? Você conseguiu se realizar amorosamente, profissionalmente, financeiramente? Será que o que faço está trazendo benefícios para nosso planeta?
Primeira coisa que devemos fazer é reconhecer estes medos. Olhe para seu medo e diga: “Eu vejo você e de alguma forma você também me vê. Eu deixo você ir e quando eu olho para você eu aprendo a lição’.
Você também pode fazer algo a respeito de seus medos. Se eu, diante desta pandemia, tenho medo de perder meus pais, devo procurar limpar memórias em relação a isto, e também cuidar mais deles.
O medo de perder nos faz cuidar do outro, o medo de não passar na prova faz com que a gente estude mais. Ame mais hoje, crie seus projetos, faça o melhor do seu trabalho hoje. Também devemos internalizar o conceito de que todos nós um dia vamos embora deste planeta.
Pratique o amor
O medo reforça e fortalece a baixa vibração, fazendo com que adentremos nas faixas vibratórias que não desejamos. A melhor forma de nos proteger de qualquer coisa é não vibrar no medo de vivenciar.
Nenhuma doença se desenvolve em terreno contrário à sua faixa frequencial ideal, então, devemos limpar nossos medos e sair da matrix, elevando nossos pensamentos. Devemos espalhar paz, saúde, vigor, conexão, lucidez, para que permaneçamos equilibrados.
Não estou indo contra o vírus, muito menos o ignorando, o novo coronavírus é um organismo vivo como qualquer outro, nós é que temos que nos fortalecer. Quando somos contra e queremos brigar com alguém, sempre saímos perdendo, sentir medo do vírus e achar que ele é culpado faz com que percamos força. Não é sermos contra o vírus, é sermos imbatíveis, é sobre você construir um escudo com o amor que existe dentro de você, é sobre fazer seu sistema de defesa funcionar, é sobre você ter tanto amor que se torna incompatível com ele.
O vírus é 1 bilionésimo de vezes menor que nós, então como uma coisa tão microscópica, tão invisível, consegue entrar no sistema e derrubar tudo?
Existe um ditado que diz: “o cachorro só entra na igreja se a porta estiver aberta”. O mesmo acontece com o vírus. Ele é oportunista e só entra se a porta estiver aberta. Portanto, feche sua porta para estes “seres” indesejáveis.
Organismo com boas defesas é um organismo cheio de amor. Encha-se de coragem, e ensine também as crianças para que aprendam isso. Lavarmos as mãos, permanecer em casa, e nos olharmos com amor, protocolo de segurança com sua vida. Sairemos desse momento mais fortes!
- Ocupe seu tempo com coisas positivas
- Abra as janelas, cortinas, ligue uma música
- Aprenda a fazer algo que sempre quis (minha vizinha começou a aprender a tocar um instrumento chamado Ukulele em aulas pelo YouTube)
- Poste coisas positivas que possam agregar
- Espalhe frases pela casa. Eu aqui em meu condomínio coloquei no elevador de meu andar um cartaz “MINHA IMUNIDADE GARANTE QUE VOU SAIR DISSO. EU E MEUS FAMILIARES PREFERIMOS FICAR SAUDÁVEIS”.
- Escolha não participar da crise
- Desenvolva sua espiritualidade
- Se necessário, faça uma conexão com sua criança interior, fale para ela que no momento precisamos nos comportar, termos tolerância, amor, menos raiva
- E, o mais importante e trabalhoso, é o não julgamento, pois esse é o que ganha no ranking de baixar nossa vibração
Liza Fiorese é psicóloga sistêmica e consteladora familiar.